Sabe-se há muito tempo, que uma pessoa engorda na medida em que o consumo de energia através dos alimentos é maior que o gasto calórico total, havendo então um armazenamento dessa energia, principalmente na forma de gordura. O inverso é verdadeiro, ou seja, para emagrecer o indivíduo precisa gastar mais energia do que a que está sendo ingerida.
Ao longo do último século o avanço tecnológico dos meios de transporte, assim como dispositivos eletrônicos poupadores de energia (elevadores, controle remoto, escada rolante, etc) fizeram com que a população mundial gastasse menos energia diariamente, e a maior oferta de alimentos com alto teor calórico e de baixo custo propiciou um aumento importante no consumo de energia, em torno de 400 Kcal/dia a mais, o resultado disso é a epidemia da obesidade que vemos atualmente.
Sabemos que o gasto energético total compreende o gasto energético de repouso (aproximadamente 60 - 70% do total), que representa a energia despendida nos processos metabólicos utilizados na manutenção da temperatura corporal, nos gradientes iônicos através das membranas, na mobilidade e secreção gastrintestinal, e na função muscular cardíaca e respiratória.
A termogênese alimentar (aproximadamente 10% do gasto energético total), representa a energia necessária para a digestão alimentar, o transporte e depósito destes nutrientes.
Por último, a energia gasta com as atividades físicas (aproximadamente 20 - 30% do gasto energético total), representa o gasto na forma de atividade física, sendo o mais variável dentre os indivíduos, incluindo a atividade física voluntária e involuntária, e é neste componente que tem se observado redução gradual ao longo das últimas décadas, devido aos avanços tecnológicos, permitindo menos esforço físico para inúmeras atividades do dia-a-dia, levando ao desequilíbrio energético e ganho de peso.
Cada pessoa apresenta um gasto calórico, tão maior quanto maior o peso total, e diretamente proporcional à massa magra e ao número de exercícios e atividade física realizados diariamente.
Diferentes fatores são responsáveis pelas variações individuais de metabolismo, entre eles o peso total, a massa magra (principal responsável pelo gasto energético de repouso), a gordura corporal, idade e sexo, sendo estes responsáveis por 80% da variação no metabolismo de repouso entre as pessoas.
Embora os motivos que expliquem todas diferenças no gasto energético ainda não estejam totalmente esclarecidos, sabemos que fatores genéticos também podem influenciar as taxas metabólicas.
O aumento no peso corporal é seguido de uma elevação no gasto energético total, e o inverso é verdadeiro, algo que parece fazer parte do sistema de homeostase energética na tentativa de manter o equilíbrio entre gasto e consumo.
A bioimpedância e algumas fórmulas matemáticas nos ajudam a calcular o metabolismo basal e total, e baseado nele podemos inferir a melhor quantidade de calorias a ser ingerida na dieta proposta para a perda de peso, sem necessariamente ter que restringir esse ou aquele tipo de alimento, ou seja, até hoje cientificamente não se provou que a dieta X ou Y seja a melhor ou a pior, mas que a restrição de calorias (dietas hipocalóricas equilibradas) em relação ao gasto calórico de cada um, mantendo equilíbrio de macro e micronutrientes, é mais saudável e tolerável para aqueles que precisam emagrecer e manter-se magros no longo prazo.
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